segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
Um pouco da minha história...
Bem vindo ao meu blog. Não estranhe a data do post, foi apenas um "truque" para mantê-lo no alto da página já que não encontrei outra forma de fazer isto. Aqui começo a escrever sobre um projeto que já iniciei algumas vezes mas que, por um motivo ou outro, nunca concluí como gostaria. Pelo menos até a data de hoje. Mas, antes de lhe contar sobre este projeto, queria falar um pouco de mim para contextualizarmos o assunto. Vamos lá. Me chamo Vinicius Sette e sou mineiro de Sabará, uma bela cidade que integra o circuito histórico de Minas Gerais. Nasci no ano de 1967 em uma família maravilhosa: pai, mãe e duas irmãs. Passei toda a minha infância e adolescência em Sabará. Lá estudei, fiz muitos amigos (com os quais me orgulho de continuar mantendo a amizade), frequentei as festas dos clubes Cravo Vermelho e Farol, tive minhas brigas na saida do colégio, tive minhas namoradas... enfim, tive uma infância feliz. Por ser uma cidade relativamente pequena Sabará, com seu centro histórico enfeitado por belas praças e coretos, permitia que saíssemos a pé, descompromissadamente. Tudo era muito perto: a padaria ficava numa esquina, o colégio na outra, a pracinha na rua de baixo, o melhor amigo morava na rua de cima... Íamos a Belo Horizonte, nossa capital, muito de vez em quando, só mesmo para comprar um sapato novo na Elmo Calçados ou um cobertor nas Lojas Pernambucanas. Ás vezes comprávamos uma roupa nova na Mesbla, íamos ao Parque Municipal andar de barco... mas uma coisa era certa: íamos sempre de ônibus. Em minha casa nunca tivemos carro. Meu pai (naquela época quem dirigia era sempre o pai) não gostava de dirigir e, por isso, nunca comprou um carro. Para nós, eu, minha mãe e minhas irmãs, era uma situação meio que normal, realmente não ter um carro não fazia uma grande diferença. Bem, pelo menos era assim que nos sentíamos durante a infância e, por um certo tempo, na adolescência. Enquanto o mundo evoluia nós também crescíamos. E veio então a década de 80 com sua música, sua moda, seus brinquedos, programas de TV e... seus carros. Ah, seus carros... Penso que o que faz os homens gostarem de carros é a mesma energia que os faz gostarem de mulheres ou torcer para um time de futebol. É um sentimento natural que surge de uma hora para outra e nos toma de forma arrebatadora. É doido mesmo. Ninguém precisa provocar, o sentimento já está lá, basta ser despertado por alguém ou... por um carro. E lá estavam os Fuscas, os Dodges, os Opalas, as Caravans, os Mavericks, os Corcéis... Uns chamavam mais a atenção, outros menos mas uma coisa era certa: um dia eu teria o meu. Curti os anos 80 da melhor maneira possível: ouvia The Cure, U2, David Bowie, New Order, Depeche Mode, The Smiths, Erasure, Blitz, Biquini Cavadão, Nenhum de Nós, RPM, Zero... usava kichute, jeans "delavê", calça Fiorucci (do Paraguai)... mas continuava andando a pé. Nesta época alguns amigos já saiam nos carros dos pais e, claro, eu ia de carona. Era bacana também. Até mesmo porque aos 17 anos eu nem sabia dirigir. Ia dirigir o que? Lá em casa continuava não tendo carro e entendi que, se eu próprio não tomasse para mim esta responsabilidade, não teria nunca. Quando vieram os anos 90 eu, já com meus vinte e poucos anos, comecei a ganhar o suficiente para estudar e pensar em comprar um carrinho. Só pensar porque o dinheiro ainda era curto. Interesante é que me lembro que, mesmo nos anos 90 com a chegada de carros bem mais "modernos" eu, por dentro, continuava meio que apaixonado pelos Opalas. O Opala me passava uma sensação de design, elegância e esportividade que não conseguia enxergar nos carros novos. Nesta época aprendi a dirigir num Fiat 147 de uma namorada. Foi um aprendizado e tanto. Em 1998 tirei carteira pela primeira vez aos quase 30 anos de idade e comprei um Corsa 0 km. Estava no auge: tinha um bom emprego, carteira de motorista e um carro "do ano". E para completar, meu amigo Maurício Pires (vou falar muito dele neste blog) me apareceu com nada mais nada menos que um Camaro 67 e me perguntou se queria comprar o carro. Mesmo sem entender direito o que era um Camaro (naquela época eu sabia apenas que o Camaro era concorrente do Mustang, não tínha muita informação sobre o fato dele ser um ícone "clássico" entre os muscle cars americanos). Comprei o Camaro (barato) e com ele vivi uma das melhores épocas da minha vida. Era lindo: azul metálico (nada de Camaro amarelo), todo completo, quase todo original... um verdadeiro show. Por onde passava o carro chamava a maior atenção. Quando parava em algum lugar era só contar até 10 para chegar o primeiro e fazer alguma pergunta sobre o carro. Mas, ao me decidir casar, tive que vendê-lo (também barato) para inteirar a entrada do apartamento. E este foi um erro do qual me arrependo amargamente todos os dias (não de ter casado e sim de ter vendido o Camaro, já que deveria ter vendido o Corsa). Mas, como dizia uma saudosa propaganda dos anos 80: o tempo passa, o tempo voa... (e a poupança Bamerindus nem existe mais...). Daí me casei, vieram outras prioridades, outros empregos, outras necessidades... passamos perto de dois anos morando em Costa Rica, na América Central (onde vi carros fantásticos, tanto novos como antigos). minha esposa engravidou, voltamos ao Brasil e nasceu Serena, minha filha querida. De novo surgiram novas prioridades: escolinha, babá, apartamento novo, trocar os carros, estudar mais.. enfim, o sonho de voltar a ter o prazer de possuir um clássico carro antigo me parecia ter ficado num passado distante. Mas, há coisas que são mais fortes que nós. E por onde passava lá estavam os Opalas: uns mais bonitos, outros bem acabadinhos mas continuavam desfilando e despertando a minha memória para um tempo no qual havia sido feliz. Então, este ano, tomei uma decisão: teria um Opala. Afinal, porque viver de passado se poderia trazer todos aqueles bons momentos para o meu presente? E assim começou a aventura de encontrar o carro dos sonhos. Procurei por toda a Internet: Mercado Livre, Bom Negócio, Trovit, Vivastreet... em companhia do meu cuncunhado Luciano Diniz fui a bairros onde nunca havia estado antes, conheci um monte de gente bacana e finalmente me decidi por um Comodoro 77 tipo Las Vegas (teto de vinil marfim) marrom metálico (que mais tarde fiquei sabendo tratar-se do Marrom Monterrey). Interessante é que este carro foi um dos primeiros que vi e, de cara, um dos que mais me interessou. Gostei do modelo, do ano, da cor e do estado de conservação. E gostei ainda mais porque o vendedor era conhecido do meu amigo Maurício Pires (o mesmo que havia me vendido o Camaro). Assim, ao final, acabei comprando o Opala do próprio Maurício que o recebeu em troca de um outro carro. Bem, é isso. E agora começa a parte divertida. Vamos lá?
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